terça-feira, 14 de outubro de 2008

O Que Aconteceria Se Caíssemos em Um Buraco Negro?

Como até hoje ainda não há consenso sobre o que acontece no ponto central desses objetos, os cientistas costumam varrer o tema para baixo do tapete. Afinal, buracos negros não parecem seguir a lógica do Universo em que vivemos. A rota que leva ao seu interior é um caminho sem volta. Mas, afinal, o que é um buraco negro?

Em 1916, o físico alemão Karl Schwarzschild usou a Teoria da Relatividade Geral para entender o que acontecia em torno de objetos muito densos, como as estrelas. Ele concluiu que, se a massa de uma estrela pudesse ser suficientemente compactada, haveria um ponto em que a velocidade de escape daquele objeto seria tão alta que nada conseguiria escapar dele – nem mesmo a luz. Como, pela Teoria da Relatividade, é o traçado da luz que determina a geometria do Universo, o fato de haver uma região da qual um raio de luz não consegue escapar indica que ali há um buraco no próprio tecido do espaço-tempo do Universo. Ou seja, um buraco negro.

Até aí, era só uma brincadeira teórica. O próprio Einstein sempre levou isso na boa, pois não podia imaginar que o Universo fosse cheio de buracos. Em 1939, ele chegou a escrever um artigo repudiando a possibilidade de que esses fenômenos existissem. Mas acontece que Einstein também errava. Os astrofísicos descobriram que estrelas com muita massa, quando chegam ao fim de sua vida, implodem o seu núcleo. A matéria é comprimida a tal ponto pela ação gravitacional que o tamanho do objeto fica menor que o chamado “raio de Schwarzschild”, e o resultado é o nascimento de um buraco negro. Essa foi uma descoberta surpreendente – o Cosmos é, de fato, esburacado.

Hoje sabemos que existem vários buracos negros gerados por estrelas mortas e no núcleo de cada galáxia de médio ou grande porte. Muito bem. Mas o que acontece no interior desse objeto? Segundo a relatividade, a massa é comprimida até um ponto infinitamente denso, quente e pequeno – chamada de singularidade. O que resultaria daí, ainda é tema de várias hipóteses. De acordo com o físico americano Lee Smolin, cada buraco negro seria um ponto de partida para o nascimento de um novo Universo, muito parecido com o nosso. Pode ser uma idéia maluca, mas, convenhamos, a descrição da singularidade do buraco negro é muito parecida com a do estágio inicial do nosso Universo, o famoso big-bang. Caso ele esteja correto, é possível que o buraco negro, ao menos no instante exato de sua formação, abra caminho para um Universo-bebê.

A questão que fica é: podemos ir até lá? Por enquanto, a resposta da ciência é a de que podemos – contanto que aceitemos ser despedaçados. Como, antes de cair nele, temos de nos aproximar dele, a velocidade que ganharíamos nesse processo seria tão grande que viraríamos farinha antes de atravessá-lo. É isso que acontece o tempo todo com estrelas que estão para cair num desses devoradores, cujas massas são aceleradas tão intensamente que deixam rastros de raios X – a deixa para que os cientistas detectem um buraco negro. Pondo de lado essa limitação, suponhamos que pudéssemos atravessá-lo até perto do seu núcleo, protegidos por uma espaçonave. O que aconteceria? Segundo o físico britânico Freeman Dyson, passaríamos a fronteira sem sentir sequer um solavanco. Entretanto, um observador externo que nos visse caindo teria uma percepção bem diferente – é a relatividade em ação. Se nos imaginássemos caindo em um buraco negro, nossa percepção de tempo e espaço estaria desvinculada do tempo e espaço de um observador que nos acompanhasse de fora. Enquanto nos veríamos caindo suavemente no buraco sem qualquer desaceleração, o observador externo nos veria cair indefinidamente sem jamais tocar o fundo.
Com toda essa história de LHC (Colisor de Hádrons) é interessante ficarmos por "dentro" desses assuntos. Afinal, nunca sabemos o que pode acontecer com toda aquela parafernália que inventaram (e que, até hoje, não vejo motivo real... mas tudo bem...)

2 comentários:

Leonardo R. disse...

parceria confirmada..!!!

^^

Janaina W Muller disse...

Meeu, quando eu penso nessas coisas astronomicas, eu juro, me cérebro parace que entra em parafuso. Mas imagina só, num burcao negro ter um filhote de Universo...seria louco! Muito tri =D

Abraços.
='-'=