terça-feira, 3 de maio de 2011

Entre outras, a morte de Osama



Tenho tentado me manter longe de jornais, noticiários e afins. Quase todos eles. Parei de assistir Jornal Nacional, mantenho-me longe dos jornais sangrentos da Record e dos programas sensacionalistas como os do Sr. José Luis Datena, por exemplo.

Para não dizer que estou completamente isolada do mundo e de seus acontecimentos, acesso sites de notícias do Brasil e também internacionais, mas limito meus acessos a uma rápida "passada de olho" pelos links e só clico naqueles que acho realmente importantes. E isso tem feito minha vida tornar-se mais tranquila, mais relaxada. Antes, ligava a televisão e só via tragédia; independente do canal, os jornais são especialistas em anunciar assassinatos, sequestros, estupros, desastres naturais ou não, com toda a riqueza de detalhes, e praticamente nos levar (contra nossa vontade) até as cenas mais macabras e muitas vezes desnecessárias de serem divulgadas.

É claro que estou atenta a tudo que ocorre. Não sou uma desinformada padrão, muito pelo contrário. Só não sou adepta destes noticiários e programas sádicos, que nos fazem participar e sofrer juntos com as tragédias que são divulgadas; já basta a vida real e os problemas que cada um de nós enfrentam no dia a dia.

Sobre o assassinato na escola do Realengo, por exemplo. Logicamente li a respeito, mas restringi tudo aos fatos e não aos detalhes. Não queria ver fotos, ou vídeos, ou saber como foram os diálogos com as vítimas, antes do atirador colocar em prática seu plano macabro. Mas vi. Através dos olhos de meus amigos, parentes, vizinhos e alunos. Sei exatamente tudo que aconteceu, até a posição em que o assassino se encontrava quando morreu. Fiquei triste, inconformada com um dos crimes mais bizarros de que já ouvi falar. Não queria ouvir, e da próxima vez, não vou. Vou fingir um compromisso, dizer que estou com sede, que preciso regar alguma planta ou coisa parecida.

Muitos vão pensar que não posso ficar sem saber o que ocorre no mundo (e não fico, só isolo os casos dependendo da situação), mas sou feliz em não ser mais uma destas pessoas que devoram e aceitam tudo que a mídia lhes oferece, desde a receita de colomba pascal da Ana Maria Braga, até o sensacionalismo hipócrita do Brasil Urgente, os programas de domingo com suas tentativas de auto promoção, e as entrevistas pouco inteligentes que ouvimos em todos os canais. Prefiro assistir programas de entretenimento, séries inteligentes, séries cômicas, programas informativos, ou simplesmente ler um livro, conversar com as pessoas que amo, andar na praia, passar um pouco mais de tempo em silêncio, brincar com meus animais de estimação.

Sim, fiquei sabendo da morte de Osama Bin Laden. Sei que entraram em sua casa, e dispararam contra ele e mais algumas pessoas, assassinando-o imediatamente, sem direito a um julgamento, sem direito a vida. E sem direito a um funeral, já que atiraram seu corpo ao mar. Enquanto isso, Obama, acompanhava a ação junto de outros governantes, provavelmente bem acomodado em uma das salas da Casa Branca, vibrando, segundo várias fontes, quando assassinaram o dito maior inimigo da América. Parabéns, Estados Unidos. Mais uma vez, vocês foram responsáveis por alguns assassinatos. Como se já bastasse todo o sangue derramado na dita "Guerra contra o terror" - uma desculpa nojenta para que pudessem invadir o Iraque e o Afeganistão, tomando conta das cidades, do petróleo e sendo responsáveis por milhares de mortes de inocentes. Quem sabe agora a paz volte ao mundo. Ou não... Pois se fosse, não haveria necessidade de um alerta global para os americanos que estão viajando e podem se tornar vítimas de represálias...

Mas minhas informações param por aí. Osama está morto, Obama feliz. E não quero mais ouvir ou ler quando atacarem as embaixadas americanas, o Empire State ou a Casa Branca. Aliás, tenho que levar meu cachorro para passear e hoje tem episódio inédito de Two and a Half Man.

Um comentário:

Jaime Guimarães disse...

Oi, Luciana!

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a visita e comentário lá no meu humilde blogzinho. Muito obrigado por suas palavras!

E realmente, tempo é que nos falta. Ando nas correrias, também. E quando tenho algum tempo, utilizo para organizar minha vida "normal" rs

Bom, TV é uma coisa que eu mal assisto. O telejornalismo, hoje, é um banho de sangue só e o sensacionalismo é explorado até as últimas consequências. Me informo mesmo é pela internet. E foi pela internet - mais precisamente pelo twitter - que fiquei sabendo da "morte" do Osama.

Nestes dias boa parte da imprensa teve material "farto": terremoto no Japão ( já conteram o vazamento na usina nuclear), Realengo e agora o Osama. E tome-lhe "achismos" em diversos programas por aí.

O que eu quero mesmo é levar uma vida mais serena, também. Desligar a TV para esse tipo de coisa certamente ajuda.

Abs!